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Partilha, escuta e convite online para entender mais sobre justiça restaurativa

Partilha, escuta e convite online para entender mais sobre justiça restaurativa

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Aconteceu na última sexta-feira (9) um círculo de celebração online para o lançamento do Manual de Orientações Técnicas para Uso de Práticas Restaurativas, com inspiração na metodologia dos Círculos de Construção de Paz, utilizada no Centro de Justiça Restaurativa (CJR), projeto da Defensoria do Ceará e, que tem como objetivo criar espaços seguros de socialização sobre temas difíceis. O encontro priorizou a conexão entre os participantes em prol do projeto e teve a abertura conduzida pela defensora pública Erica Brilhante, que também atuou como facilitadora e guardiã do grupo juntamente com a mediadora Renata Araújo .

O momento foi transmitido pela página do facebook oficial da instituição e contou ainda com a participação da defensora pública geral, Elizabeth Chagas, bem como com representantes do Tribunal de Justiça, Ministério Público, Pastoral do Menor, Secretaria de Segurança Pública, Terres des Hommes, Projeto Justiça Já, Vice-governadoria.

“Este é um momento de muita emoção para todos aqueles que acreditam nesse projeto, que sabem o quanto é impactante os resultados alcançados. Reunimos todos os nossos passos, destacamos os principais aprendizados para elaboração desse documento. Estarmos juntos hoje celebrando isso é muito bom. Estou bastante emocionada e sou muito grata”, ressaltou Erica.

O círculo é um momento de partilha, de escuta e de convite – uma maneira de integrar as pessoas em um ambiente de harmonia, troca de vivências e respeito. A defensora geral, Elizabeth Chagas, destacou a importância de ouvir as experiências, de fortalecer o sentimento de empatia, gratidão e do significado da justiça restaurativa. “Foi a primeira vez que participei do Círculo e foi bastante singular, pois todas as pessoas estão ali disposta a se comunicarem com o coração, em uma linguagem una que acredita verdadeiramente no valor e poder de transformação da justiça restaurativa. Me sinto feliz em ter participado desse círculo para celebrarmos mais uma conquista do projeto, reforçando o anseio de que possa crescer  cada vez mais ”, afirmou.

Todos os integrantes receberam uma caixa com o manual e demais materiais necessários para o momento. Durante a partilha foram destacados as principais experiências, sentimentos e expectativas em relação ao projeto. Alessandro Souza Lima foi um dos participantes, é integrante do projeto do CJR e pontuou o quanto a prática foi essencial para sua vida e solução do seu problema. “Quando eu cheguei estava totalmente resistente e não acreditava que aquilo poderia ajudar a resolver alguma coisa. Estava transtornado. Mas, os profissionais não desistiram e foram conversando, tentando me mostrar o quanto seria importante eu dar uma chance. E hoje sou um novo homem e grato por ter me permitido viver essa experiência. Eu sou fruto da justiça restaurativa e onde precisar ir para testemunhar isso, irei.

Para Elizabeth Chagas o depoimento revigora toda a energia para continuar a lutar pela defesa e ampliação da justiça restaurativa. “Ouvir Alessandro nos dá ânimo, porque nem que tivéssemos apenas uma pessoa alcançada pelo projeto já valeria a pena. Sabemos o quanto essa prática vem colaborando para ajudar jovens a encontrar o caminho de retomada à sociedade, mas de uma forma pacífica – ouvindo ao invés de encarcerar; e ainda cuidando também das vítimas.

O Manual, documento inédito no Ceará, apresenta os marcos conceituais, legais, seus principais fluxos, procedimentos e práticas restaurativas que atualmente são implementados no Centro de Justiça Restaurativa (CJR), com o objetivo de compartilhar com os operadores do sistema de justiça juvenil e do sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes seu modo de implementar a Justiça Restaurativa.