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“O ato de celebrar é o ato de nos humanizar. É a humanização negra”, diz Zelma Madeira em edição do #NaPausa

“O ato de celebrar é o ato de nos humanizar. É a humanização negra”, diz Zelma Madeira em edição do #NaPausa

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Nesta quarta-feira, 11, o #NaPausa contou com a presença do defensor público Diego Miguel Cardoso e a convidada Zelma Madeira, coordenadora da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualidade Racial (CEPPIR) do Ceará. O tema da conversa transmitida pelo instagram da Defensoria Públiuca foi a “Consciência negra e as resistências plurais na luta antirracista”.

O primeiro ponto citado o durante a transmissão foi sobre o dia 20 de Novembro, o Dia da Consciência Negra, data marcada pela luta antirracista e em comemoração a Zumbi dos Palmares. “Nós estamos nos aproximando do dia 20 de novembro, uma data muito importante para o País, porque diz respeito à consciência de uma população que carregou o país nas costas durante muito tempo, com seu trabalho, e construiu uma parcela muito significativa do que é o Brasil hoje”, afirmou o defensor público.

Zelma Madeira, ainda sobre o Dia da Consciência Negra, destacou que “para alguns esses debates de relações étnico-raciais são marcas de puro coitadismo, assistencialismo. Mas isso ou tem raiz na ignorância, de não saber a existência de estatutos e direitos ou pela reprodução de discursos como opção ideológica, o que revela o total desinteresse com nossas experiências, com nossos saberes. Então atribuo que a Defensoria chamar para falar, escutar, é um ato político, e isso para nós é muito interessante, escolher falar sobre esse tema. Ainda precisamos falar da consciência negra, registrar, porque o ato de celebrar é o ato de nos humanizar, é a humanização negra, porque nós precisamos resgatar e fortalecer nossa humanidade negra, não é à toa que nós estamos na década internacional dos afrodescentes, que iniciou em 2015 e vai até 2025”.

A coordenadora ressalta que os movimentos negros sempre apareceram depois de outros movimentos sociais. “Nós estamos sempre olhando para essas resistências, porque nós não podemos nos distanciar das nossas raízes, da nossa vinculação com o nosso sistema ancestral. E é por isso que nós precisamos de habilidade, habilidade para viver, para continuarmos vivos”, pontuou.

Durante a fala, Zelma narrou outras formas de resistências, na religião – católica ou religiões de matrizes africanas, na arte e na cultura e no processo educacional. “Costumeiramente nos chamam de neguinho, de neguinha, e podem até perguntar ‘mas não é carinhoso?’ depende. Nós temos um nome e um sobrenome e devemos ser chamados por ele”.

Zelma destacou em sua fala sobre a política de cotas apresentadas pela Defensoria Pública recentemente, na Instrução Normativa 83/2020. Segundo ela, não é apenas apresentar uma medida afirmativa, mas é preciso também falar sempre a respeito do racismo estrutural que há nas instituições e combatê-los. “Hoje já é um consenso que a política de cotas no Brasil, sobretudo a cota racial, tem gerado resultados positivos na diminuição da desigualdade e tem uma infinidade de pesquisas que estão validando isso e não se discute, porque as cotas são necessárias”, reiterou sobre o assunto o defensor público.

O #NaPausa é resultado de parceria entre a Escola Superior da Defensoria Pública (ESDP) e a Associação dos Defensores Públicos do Estado (Adpec). A cada semana discussões que pautam a agenda pública e o mundo jurídico são realizadas entre defensores cearenses e especialistas em diversas áreas, a fim de oferecer educação em direitos aos usuários do Instagram, uma das principais redes sociais da atualidade.