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Violência psicológica: “Dependência emocional é uma venda para que a pessoa não consiga se identificar nessa situação”, declara psicóloga 

Violência psicológica: “Dependência emocional é uma venda para que a pessoa não consiga se identificar nessa situação”, declara psicóloga 

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Discussões recentes por conta de um reality show invadiram as redes sociais e voltaram a suscitar um importante debate sobre a violência psicológica, uma forma de ofensa que inclui atos de humilhação, desvalorização ou deboche, assim como atitudes que abalam a autoestima da vítima.  O problema que, por vezes é camuflado de afeto ou cuidado, pode gerar consequências graves como insegurança, medo e desestabilização emocional, fazendo com que a vítima duvide de suas capacidades e tenha  dificuldades de rompimento do vínculo abusivo.

Embora as críticas das redes sociais digam respeito à atitude de uma mulher possivelmente cometendo uma violência psicológica contra um homem, o debate sobre o tema retrata uma conjuntura já conhecida da Defensoria Pública em seus núcleos de atendimento à mulher. Segundo levantamento realizado pelo Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem) da Defensoria Pública-Geral, em Fortaleza, entre os meses de janeiro a novembro de 2019, 98,09% das mulheres atendidas e avaliadas pela pesquisa se reconhecem dentro de uma situação de violência psicológica.

Os dados evidenciam a importância do autoconhecimento, como ressalta a psicóloga da Defensoria Pública do Ceará, Andreya Arruda: “Não tem como eu me reconhecer numa violência psicológica, se eu não me conheço bem”, afirma ela, ao dizer que muitas mulheres não conseguem se identificar nesta situação, em razão do aspecto afetivo. “Dependência emocional é uma venda para que a pessoa não consiga se identificar nessa situação”, pontua. 

Conforme a Lei Maria da Penha (11.340/2016), a violência psicológica deve ser entendida “como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações”. A psicóloga Andreya Arruda salienta que este tipo de violência excede o campo do matrimônio e se estende até os locais de trabalho como, por exemplo, por meio do assédio moral. Desta forma, ela declara ser importante tornar a sociedade também educada  psicologicamente, reconhecendo os efeitos que a violência – em todos os vértices – pode gerar na saúde emocional.

Potencializado pela pandemia, o sofrimento psicológico levou muitas pessoas a buscarem atendimento especializado, a fim de superarem os momentos de fragilidade emocional. No ano de 2020, o serviço psicossocial da Defensoria Pública do Ceará registrou 27.153 atendimentos, número que representa um aumento de 34,54% em relação a 2019, quando foram feitos 20.181 atendimentos. “A psicologia deveria ser algo de saúde pública”, diz Andreya Arruda ao destacar a importância de políticas públicas preventivas no âmbito do atendimento psicossocial.

A conscientização quanto à saúde mental foi tema da Campanha Janeiro Branco. Neste ano de 2021, as ações foram guiadas dentro do projeto #NaPausa, no Instagram da Defensoria, que abordou a questão e teve 2.874 espectadores e que suscitou a necessidade de debater saúde mental e qualidade de vida. Durante o mês, foram abordados os seguintes temas: a importância do sentido da vida (05/01),  saúde mental, trabalho e pandemia (12/01), saúde mental e equilíbrio emocional (22/01) e saúde mental e prevenção ao suicídio (26/01). Todo conteúdo pode ser acessado a qualquer momento na página oficial da Defensoria no Instragram. Embora findo, o mês de janeiro não confina as mobilizações em prol da saúde mental, mas endossa uma atenção permanente para que situações de violência psicológica sejam eliminadas do meio social. 

SERVIÇO

NÚCLEO DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – NUDEM

Endereço: R. Tabuleiro do Norte, s/n, Couto Fernandes (Casa da Mulher Brasileira), Fortaleza – CE

Telefone(s): Ligue 129 / (85) 3108-2986

PSICOSSOCIAL DA DEFENSORIA

Direitos da mulher: (85) 98560-2709 (8h às 14h) e (85) 98947-9876 (11h às 17h)

Direitos da pessoa presa: (85) 99171-7476 (8h às 14h) e (85) 98163-3839 (11h às 17h)

Direitos da Infância e Juventude: (85) 98895-5716 e 3275-7662 (8h às 17h)

Atendimento inicial da Defensoria (família e cível): (85) 997310293 (8h às 14h) e 988664520 (11h às 17h)

Adolescente em Conflito com a Lei: (85) 98616-8765 (8h às 14h) e (85) 98400-5994 (11h às 17h)

Cariri: (88) 98842-0757 ou 99934-8564 ou 996808667

E-mail: psicossocial@defensoria.ce.def.br