Atendimento psicossocial realizado pela Defensoria Pública tem aumento de 66,8% em agosto
A pandemia do novo coronavírus chegou avassaladora, trazendo novos desafios emocionais para a população e novas demandas para as equipes do serviço psicossocial da Defensoria Pública do Estado (DPCE). Com atendimento remoto devido aos protocolos de higiene no combate à Covid-19, o setor registra mais um mês de intenso movimento: somente em agosto de 2020, foram realizados 3.064 procedimentos psicossociais pelas equipes da Defensoria no Estado. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram computados 1.836 atendimentos, houve um aumento de 66,8%.
O aumento no número de atendimentos reforça a importância em abrir caminhos de discussões sobre a saúde mental, principalmente em tempos de crise. Este mês é uma época toda dedicada à campanha do Setembro Amarelo, voltada para ações de prevenção ao suicídio. Nesta seara, atuam as equipes de psicossocial, que trabalham aliadas a uma rede integrada de equipamentos que dão assistência, como Centros de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Núcleo de Saúde da Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará (SAP) e outros equipamentos.
Dos números de agosto, 1.453 foram novas demandas que chegaram pelas 13 linhas telefônicas, WhatsApp, email ou encaminhadas por defensores e colaboradores da instituição. “Um acolhimento com proposta humanizada e oferta de uma escuta qualificada para possibilitar um atendimento diferenciado, na perspectiva de uma assistência integral”. É assim que Andreya Arruda, coordenadora do serviço, define o trabalho realizado. “A escuta é aberta”, comenta, explicando que qualquer pessoa que precise pode buscar este acolhimento.
Além disto, 873 demandas ocorreram partindo de acompanhamentos de casos; 621 foram encaminhamentos realizados para diversos equipamentos ou ainda encaminhamentos internos; 34 atividades realizadas em grupo, como reuniões, participações em pré-mediações, mediações e conciliações quando demandadas; 80 demandas perpassadas pela coordenação e articulação da Rede de serviços. “Ainda este mês foram realizadas, com as devidas precauções que o momento exige, três visitas institucionais em unidade de cumprimento de medidas socioeducativas”, pontua Andreya.
Na região do Cariri cearense, onde há um grande volume de buscas pelo atendimento, entre outras atuações, há a experiência das mediações virtuais, que tem sido positiva para o público e para a equipe que realiza o trabalho. “As questões de mediação no Cariri têm tido uma aprovação muito grande por parte dos assistidos, principalmente, com auxílio na resolução de conflitos”, contextualiza Andreya.
Em relação aos meses anteriores, o número de atendimentos está dentro de uma estabilidade, visto que, em julho foram registrados 3.436 atendimentos e, em junho, 3.445 contatos. Entre abril e agosto, período em que a pandemia do novo coronavírus se instalou e mudou o cotidiano da população, o montante está em 13.210 acolhimentos realizados pelas equipes psicossociais.
O isolamento social trouxe um agravamento de muitas situações dos assistidos, principalmente, em quem já tinha questões psicossociais anteriores.”A desigualdade social foi grifada, mais destacada e agravada. Nos primeiros momentos, a gente teve muita demanda sobre Auxílio Emergencial, por exemplo”, comenta. “A gente recebe muita demanda de pedido de divórcio. As questões familiares se tornaram muito mais intensas na pandemia. Essa intensidade de convivência obrigatória acirra muitas relações”.
O perfil do público atendido é muito variável. “São pessoas em situações de conflitos familiares, violência doméstica, que buscam orientação sobre Auxílio Emergencial, pessoas em busca do Vale Gás. Há famílias de adolescentes em conflito com a lei, famílias de pessoas privadas de liberdade, que ficaram sem poder receber visitas”.
Dados de atendimentos do mês de agosto de 2020
3064 procedimentos psicossociais
873 acompanhamentos de casos
621 encaminhamentos realizados
34 atividades realizadas em grupo, como reuniões, participações em pré-mediações, mediações e conciliações quando demandadas
80 demandas perpassadas pela coordenação e articulação da Rede de serviços
Serviço
ENTRE EM CONTATO COM O PSICOSSOCIAL DA DEFENSORIA
Direitos da mulher: (85) 98560-2709 (8h às 14h) e (85) 99294-2844 (11h às 17h)
Direitos da pessoa presa: (85) 99171-7476 (8h às 14h) e (85) 98163-3839 (11h às 17h)
Direitos da Infância e Juventude: (85) 9922-04953 (8h às 14h) e (85) 98717-3004 (11h às 17h)
Atendimento inicial da Defensoria (família e cível): (85) 99731-0293 (8h às 14h) e (85) 98866-4520 (11h às 17h)
Adolescente em Conflito com a Lei: (85) 9816-20641 (8h às 14h) e (85) 9868-30897 (11h às 17h)
E-mail: psicossocial@defensoria.ce.def.br


