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Defensoria integra evento de 3 anos da  Casa da Mulher Brasileira (CMB)

Defensoria integra evento de 3 anos da Casa da Mulher Brasileira (CMB)

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A Defensoria Pública do Estado esteve presente no evento online de comemoração aos 3 anos de implantação da Casa da Mulher Brasileira (CMB), transmitido  nesta quarta-feira (23) pelo canal da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS Ceará) no YouTube. Na oportunidade esteve presente a defensora pública e supervisora do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem), Jeritza Braga, além do Vice Prefeito, Élcio Batista; da representante da Vice Governadora do Estado do Ceará, Pedrita Viana Ferreira; a titular da SPS, Socorro França; a secretária-executiva de Política para Mulheres da SPS, Denise Aguiar; a coordenadora da Casa, Daciane Barreto, a coordenadora da Casa da Mulher do Maranhão, Susan Lucena, dentre outras autoridades e gestoras de políticas para mulheres. O encontro levantou debates acerca dos avanços e desafios no enfrentamento a Violência contra a Mulher no Ceará.

A coordenadora da CMB, Daciane Barreto, saudou os participantes e enfatizou sobre como a violência contra a mulher é uma realidade da qual não se pode fugir, mas que deve ser enfrentada. “O crescente números de atendimento realizados pela CMB chega a assustar, mas, corresponde a uma questão importante: as mulheres estão perdendo o medo de denunciar, perdendo a vergonha. Essa é a nossa missão. Colaborar para o rompimento do ensinado patriarcado, onde a mulher se cala, se coloca como culpada pela sua agressão”, contextualizou Daciane.

O sentimento expressado foi o de gratidão e alegria pelas vidas que foram ressignificadas foi compartilhado por todas. “É uma grande satisfação comemoramos os 3 anos da inauguração deste equipamento fantástico que veio para contribuir na prevenção e repressão da violência contra mulher. Neste período, o Nudem somou mais de 27.600 atendimentos em favor dessas mulheres. Além do acompanhamento de ações criminais, protocolamos desde divórcio, alimentos, regulamentação do direito de visitas, além de partilhas de bens, cumprimento de sentença, execução, reparação de danos morais e materiais e alimentos. Contamos também com o apoio da equipe multidisciplinar formada pela assistente social e psicóloga que, por meio de um tratamento humanizado e específico, permite que as mulheres entendam que são protagonistas dos seus direitos e que devem exercê-los”, ressalta a defensora pública Jeritza Braga.

A Casa da Mulher Brasileira concentra além dos serviços da Defensoria Pública, o atendimento da Delegacia de Defesa da Mulher, Ministério Público e Juizado Especial, atuando em rede, acolhendo de forma ágil e especializada, oferecendo novas perspectivas às mulheres em situação de violência, com foco na capacitação profissional e no empoderamento feminino. O atendimento é 24 horas e todos os dias da semana.

Pontos importantes como a criminalização da violência psicológica, o incentivo à autonomia econômica das mulheres, a regionalização da política da mulher, por meio do projeto da Casa Regional da Mulher, bem como fortalecimento de incentivo à prevenção, consolidação da cidadania feminina, prioridade o atendimento das mulheres vítima de violência em toda rede de saúde, desenvolvimento de políticas públicas foram temas abordados pelos debatedores. Também foi feita a apresentação da Cartilha Virtual, um material que em breve será disponibilizado nas redes sociais e que procura, de uma forma simples, orientar as mulheres o que fazer diante da violência e quais as ferramentas existentes para que não fiquem sem respostas.

O vice prefeito Élcio Batista, vibrou sobre os avanços e pontuou sobre a essencialidade de lutar cada vez mais para ampliação dos serviços. “Temos muito ainda a fazer, mas não podemos abrir mão daquilo que já conseguimos crescer e conquistar até aqui. Essa é uma agenda muito importante que precisa de investimento humano, financeiro, de infra estrutura. A Casa é um avanço, é um lugar que acolhe, mas que ainda precisa ampliar. Ainda é muito pouco, diante da grandiosidade do trabalho desenvolvido. O desejo é que, em médio e longo prazo, possamos olhar para trás e ver os grandes avanços conquistados”, afirmou.

“Eu sou uma sobrevivente e faço questão de contar minha história para que outras mulheres conheçam e se encorajem a lutar”. A frase é do depoimento de força e esperança que foi compartilhado durante o encontro por R. S. S. Uma mulher que teve o sonho do casamento destruído pela violência doméstica. “Quando namorávamos ele não me dava sinais de comportamento violento. Mas, quando casamos e fomos morar em Ubajara tudo mudou. Passei a viver em cárcere privado, dentro de um quarto, comendo pão e água, sofrendo abuso físico, sexual e moral. Eu estava sem forças. Não aguentava nem ficar em pé”, lembra.

Ela contou ainda que ficou sem acesso à sua documentação e nenhum contato com vizinhos ou família e não conseguia ver nenhuma chance de sair daquela situação. “Ele me dizia todo dia que eu não teria como fugir ou pedir ajuda. Mas, um dia surgiu uma oportunidade criada por Deus mesmo e me subiu uma força sobrenatural e mesmo fraca, consegui correr. Encontrei um posto de apoio à mulher e aí descobri que eu estava em uma situação grave de violência. Agora estou refazendo minha vida e sou muito grata a todos que me acolheram e destaco que a defensora pública Jeritza foi um anjo em minha vida e comemoro com vocês a existência da Casa da Mulher, esse espaço que nos ajuda a acreditar que é possível ter uma nova vida”.

“Ver R. S. S. aqui hoje, nesse momento de celebração, totalmente  transformada, refazendo sua vida, é motivo de muita alegria. Ela foi uma das primeiras mulheres que atendi quando ingressei nessas pautas das mulheres. No atendimento me revelou várias coisas e sem dúvida: ela é uma sobrevivente! É uma guerreira, um exemplo de mulher forte e aguerrida, que ressignificou sua dor. É isso que nos move diariamente”, pontuou a supervisora do Nudem.

Desde 2020, com o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os atendimentos foram readequados e estão sendo realizados normalmente só que de modo remoto, pelos canais de WhatsApp e ligação. Somente no ano de 2021, durante os meses de janeiro a maio, o Nudem já realizou 5.342 atendimentos.

Serviço

NÚCLEO DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – NUDEM – Fortaleza

Celular: (85) 3108-2986 – 8h às 12h – 13h às 17h
Celular: (85) 98949-9090 – 8h às 12h – 13h às 17h
Celular: (85) 98650-4003 – 8h às 12h – 13h às 17h
Celular: (85) 99856-6820 – 8h às 12h – 13h às 17h
E-mail: nudem@defensoria.ce.def.br

Atendimento Psicossocial
E-mail: psicossocial@defensoria.ce.def.br
Celular: (85) 98560-2709 – 8h às 14h
Celular: (85) 98948.9876 – 11h às 17h

Rua Tabuleiro do Norte, S/N, Couto Fernandes (Casa da Mulher Brasileira).

 

Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher – Nudem Cariri

Travessa Iguatu, 304, CEP 63122045, Santa Luzia, Crato, Ceará.