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O trabalho pode impactar nossa saúde mental, sobretudo, durante a pandemia

O trabalho pode impactar nossa saúde mental, sobretudo, durante a pandemia

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Computador ligado em um escritório adaptado em casa, crianças demandando atenção, aulas e reuniões virtuais, almoçar no ambiente de trabalho arranjado. Nestes quase 10 meses de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os hábitos de boa parte da população mundial tiveram de ser modificados para tentar conter a disseminação da doença com isolamento social. O trabalho foi uma das atividades impactadas e “o sagrado” – ou seja, nosso lar -, invadido, como reforça a coordenadora do psicossocial da Defensoria Pública do Ceará, Andreya Arruda Amêndola.

Com o tema “Saúde mental, trabalho e pandemia”, a psicóloga conduziu debate com Fernando Faleiros, também psicólogo e pesquisador. O momento foi transmitido ao vivo na terça-feira, 12, no Instagram @DefensoriaCeara, como parte do projeto #NaPausa, promovido pela Escola Superior da Defensoria Pública (ESDP), em alusão ao Janeiro Branco, campanha que busca chamar a atenção da população sobre a importância de cuidar da saúde mental.

“O trabalho é central em nossa vida, impacta nossa saúde geral, inclusive, a saúde mental. Se a gente for falar de saúde mental em relação à pandemia, temos números e pesquisas que profissionais estão fazendo na China, na Itália, no Reino Unido, falando sobre 30% a 50% de impacto na saúde psicológica das pessoas, em diferentes graus”, alerta Fernando. “A gente traz boa parte do trabalho para dentro de casa. Então, precisamos estar muito atentos”.

Fernando contextualiza a relação da saúde mental com o trabalho, lembrando, inclusive, as pessoas que perderam seus empregos durante os últimos meses. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego diante da pandemia atingiu 14,2% em novembro de 2021 e bateu recorde, com 14 milhões de desempregados no país, 200 mil a mais que em outubro e quase 4 milhões a mais que em maio de 2020. “Essa mudança da estrutura social e cotidiana, do nosso movimento no dia a dia, traz a tendência de manter quadros bastante complexos em relação à saúde psicológica. Precisamos estar atentos a isto”, alerta.

Andreya complementa Fernando, ao exemplificar que os horários de trabalho deixaram de ser os horários de trabalho, “não há limite quando levamos este ambiente para casa”, explica. “A gente sabe que essa questão do trabalho vindo para dentro do nosso sagrado, do nosso lar, aumentou os sintomas de ansiedade e depressão, quando 44,3% das pessoas apresentaram o uso abusivo de álcool, como um subterfúgio para encontrar esse momento de relaxamento, e 42,9% sofreram alteração do sono, que tem sido muito frequente, sobre o estado de alerta o tempo todo”.

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) pode ter um efeito sorrateiro e quase invisível aos olhos da população, mas que cobra um preço alto. Cansaço, ansiedade, insônia e choro fácil são alguns dos sintomas que podem ser observados na população nestes quase 10 meses de pandemia. Quando isto é relacionado ao mundo do trabalho, pode parecer mais forte. O mês do Janeiro Branco segue com programação do #NaPausa. Na próxima terça-feira, 19, será a vez de o psicólogo Tom Trajano abrir diálogo com os seguidores da Defensoria no Instagram, convidado para falar sobre “Saúde mental e equilíbrio emocional”. E, no dia 26 de janeiro, o psiquiatra Fábio Gomes falará sobre “Saúde mental e prevenção ao suicídio”. Todas as transmissões ocorrem às 17 horas, ao vivo e de forma aberta pelo perfil @DefensoriaCeara.

Para assistir ao bate-papo completo sobre “Saúde mental, trabalho e pandemia”, basta acessar o link.