Psicossocial registra 3.436 atendimentos em julho; crescimento é de 81% em relação a 2019
O mês de julho foi movimentado para as equipes do serviço psicossocial da Defensoria Pública do Estado (DPCE). O setor registrou 3.436 atendimentos no mês, um aumento de 81% em relação ao mesmo período do ano passado. O psicossocial da Defensoria abriu 13 linhas de contato direto com a população para o período de isolamento social.
São dez linhas em Fortaleza e três para o Interior. “Esse acesso direto facilita. Antes da pandemia, não tinha atendimento por telefone. Era tudo presencial. Temos vários relatos de assistidos sobre a importância desse atendimento remoto. É recorrente a gente receber pessoas sem que elas tenham tomado um simples café. Porque ou elas pagavam o ônibus pra irem até a Defensoria ou usavam o dinheiro pra comer. Tem assistido que vive em situação de rua mesmo”, detalha a coordenadora do serviço, psicóloga Andreya Arruda.
Em relação a junho deste ano (3.445 contatos), o total ficou estável. No apurado global da pandemia, de abril a julho, quando os trabalhos foram exclusivamente remotos (por ligação, Whatsapp e e-mail), os atendimentos chegaram a 10.146. O desempenho é 358% maior no comparativo com julho de 2016, ano no qual o núcleo iniciou as atividades.
A região do Cariri, notadamente os municípios de Juazeiro do Norte e Crato, lidera as estatísticas de julho. Foram 1.733 atendimentos. Isso equivale a pouco mais da metade (50,4%) de todos os casos para o mês. Os núcleos de Fortaleza registraram 1.703 ocorrências.
Andreya Arruda explica que demandas sobre o auxílio emergencial do Governo Federal impulsionaram muito os atendimentos no início da pandemia. Mas agora o perfil dos casos é outro, até pelo fato de o benefício também não receber mais inscrições para novos beneficiários.
“Conflito familiar era algo que estava bem emergente desde o começo. Nós recebemos muitas situações de divórcio, dúvidas sobre com quem a criança deveria ficar… Teve muita situação nova, familiar, que era diretamente decorrente da pandemia. Porque na pandemia a convivência forçada. Uma coisa é você tomar café com o marido, ir pro trabalho e vocês só se encontrarem de novo à noite. Outra é passar o dia inteiro junto. É tudo muito intenso”, acrescenta a psicóloga.
Dos 3.436 atendimentos de julho, 1.546 (ou 45% do total) foram novas pessoas em busca de alguma escuta especializada ou orientação. As equipes do psicossocial da Defensoria são multiprofissionais (ou seja: formadas por especialistas de diferentes áreas: Psicologia, Serviço Social, Direito etc). “Nos primeiros meses da pandemia, a gente teve muito atendimento de acompanhamento de caso. Pessoas que já eram atendidas pela gente e que, diante da novidade do atendimento remoto, nos procuraram querendo saber como fariam pra dar continuidade. Na medida em que a gente foi ficando mais tempo em casa, outros atendimentos foram surgindo. Os acompanhamentos se mantiveram estáveis e novos casos foram chegando. Não pararam de surgir novas situações porque a pandemia deu um grifo em problemas sociais graves que já existiam. Estamos falando de gente que não tem nem uma cesta básica, que precisava de um vale gás pra ter o que comer… Esse é um trabalho que tem que continuar. Essas pessoas precisam de atenção, apoio e orientação”, sublinha Andreya Arruda.
NÚMEROS DE JULHO
2020 – 3.436 atendimentos
2019 – 1.898 atendimentos
2018 – 1.781 atendimentos
2017 – 1.887 atendimentos
2016 – 749 atendimentos
SERVIÇO
ENTRE EM CONTATO COM O PSICOSSOCIAL DA DEFENSORIA
Direitos da mulher: (85) 98560-2709 (8h às 14h) e (85) 99294-2844 (11h às 17h)
Direitos da pessoa presa: (85) 99171-7476 (8h às 14h) e (85) 98163-3839 (11h às 17h)
Direitos da Infância e Juventude: (85) 9922-04953 (8h às 14h) e (85) 98717-3004 (11h às 17h)
Atendimento inicial da Defensoria (família e cível): (85) 99731-0293 (8h às 14h) e (85) 98866-4520 (11h às 17h)
Adolescente em Conflito com a Lei: (85) 9816-20641 (8h às 14h) e (85) 9868-30897 (11h às 17h)
E-mail: psicossocial@defensoria.ce.def.br


